A agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou que a venda da participação acionária na Madeira Energia (Mesa), controladora da Santo Antônio Energia (Saesa), fortalece o perfil de crédito Cemig em seus ratings atuais. A análise recai na companhia mineira e suas subsidiárias integrais com IDRs (Issuer Default Ratings – Ratings de Inadimplência de Emissor) em Moeda Estrangeira e Local ‘BB’ e Nacional Longo Prazo ‘AA+(bra)’, ambos com perspectiva estável.

Em 20 de março a Cemig vendeu sua participação direta e indireta de 7,53% na Saesa para Furnas, gerando uma entrada de caixa de R$ 55 milhões, e liberando o grupo de uma garantia de dívida da Saesa de R$ 1,5 bilhão (valor de setembro de 2022). O montante corresponde a uma redução de 9% da dívida ajustada consolidada da empresa.

Mesmo neutra para os ratings, a Fitch aponta que a combinação de entrada de caixa e queda de garantias de dívida fora do balanço aumenta ligeiramente o headroom de alavancagem da estatal. É previsto redução de 0,2 vez da alavancagem líquida ajustada ao final de 2023, com o novo cenário-base indicando alavancagem líquida ajustada ainda na faixa de 2,1 a 2,7 vezes nos próximos três anos, ante 2,3 a 2,9 vezes antes da venda da participação na Mesa.

A avaliação é de que a alienação do ativo é positiva e faz parte do Programa de Desinvestimentos da Cemig, inserindo-se na atual estratégia de realocação de capital. O plano prevê R$ 15 bilhões entre 2023-2025, sendo R$ 4,1 bilhões nesse ano.

Segundo a agência, os ratings refletem a sólida base de ativos do grupo, alavancagem baixa a moderada, sólida liquidez e desempenho operacional positivo. A análise também aponta a flexibilidade financeira para refinanciar o saldo remanescente dos R$ 750 milhões em Eurobonds com vencimento em 24 de dezembro.

Por outro lado, o parecer da Fitch cita a renovação das concessões das hidrelétricas de Emborcação e Nova Ponte, que vencem em 2027, como ainda um evento incerto. As duas usinas respondem por 17% do Ebitda consolidado da companhia.